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Falta renda para ‘bancar’ a banda larga, alerta ex-presidente da Anatel


O ex-presidente da Anatel, Luiz Schymura, alertou nesta terça-feira, 29/09, ao participar de Audiência Pública, cujo tema foi “Telecomunicações, acessebilidade, TICs e Inovação”, na Comissão de Infraestrutura do Senado, para a necessidade de se definir em futuros programas de inclusão digital, quais tipos de serviços de Telecomunicações serão ofertados para a população, levando em conta, principalmente, as condições sócio-econômicas, de renda desses cidadãos.

Para Schymura que, hoje, preside o Instituto de Economia (IBRE) da Fundação Getúlio Vargas (FGV), não adianta pensar apenas em políticas de inclusão digital da mesma forma como se pensou a universalização da telefonia: Com base no tamanho do município. Segundo o executivo, além do problema do custo de se fazer chegar a rede, será precisso políticas para inserir a população no contexto das novas tecnologias, porque o analfabetismo digital ainda é grande no Brasil.

A estratégia atual de se considerar apenas a necessidade de garantir o acesso da população à banda larga, observou ainda Schymura, já foi tentada em outro momento – logo após a Privatização com a universalização da telefonia fixa. E o que se verificou, acrescentou o executivo, foi que em muitos municípios, por questões de renda da população, o serviço chegou, mas não foi adquirido.

A iniciativa foi adotada logo após a Privatização do Sistema Telebras – em 1998 – e fazia sentido diante da escassez de telefones no País, afirmou Schymura. Mas, no fim, completou o ex-presidente da Anatel, não deu certo, porque não foi levado em conta se as pessoas tinham capacidade de pagamento pelos serviços de voz.

De lá para cá, destacou Schymura, a telefonia móvel, principalmente por conta de serviços pré-pagos, tornou-se o meio mais viável para a população de baixa renda. Por conta dissso, ele lembrou que nem toda a população brasileira está preparada e tem renda para dispor em casa do serviço de banda larga.

Além disso, reforçou Schymura, programas como telemedicina de nada adiantam se os médicos não forem preparados para usá-los, assim como, não resolve ter Internet nas escolas sem que os professsores possam dispor de material e, principalmente, saibam lidar com os equipamentos para poder ensinar os alunos.

Participaram da Audiência Pública o Superintendente de Serviços Privados da Anatel, Jarbas Valente, o presidente da Telcomp, Luiz Cuza e o Diretor de Assuntos Regulatórios da Telefônica, Maurício Giusti.

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